segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Inovação: fator de competitividade


Quando se fala em inovação, logo vem à mente grandes mudanças, descobertas sensacionais, pessoas altamente criativas, que têm “estalos” brilhantes. Claro que os grandes inventores representam um papel primordial para a humanidade, com descobertas que muitas vezes mudaram o rumo da vida humana.
Entretanto, quando se fala em inovação nas empresas, temos necessidade de analisar o termo sob um outro ângulo. Em primeiro lugar, vamos analisar a diferença entre invenção e inovação: invenção é a criação de algo totalmente novo e que nem sempre é colocado no mercado. O mundo está cheio de invenções que nunca saíram do papel ou da prateleira. Já a inovação é quando algo de novo, não necessariamente recém descoberto, chega ao mercado. Assim, inovação é algo criado para ser distribuído, comercializado.
As inovações, de forma geral, são classificadas como disruptivas e incrementais. As disruptivas são aquelas que representam algo de inédito, um produto ou processo inteiramente novo. Já as inovações incrementais são as modificações inéditas feitas também em produtos ou processos, mas que não significam a ruptura com o já existente e sim acréscimos e melhorias sobre o que já está em prática.
Outro erro que se comete com freqüência, quando se fala em inovação, é o de encarar inovação apenas para produtos. Entretanto, a inovação em processos pode ser tão ou mais importante que as inovações de produtos, como se viu na indústria automobilística japonesa, cujo diferencial sobre a americana foi, pelo menos no início, focada na inovação em processos. Também é necessário prestar muita atenção na inovação nos métodos de comercialização, na atenção ao cliente, na forma de comunicação. A inovação abrange todos estes campos e uma empresa verdadeiramente inovadora deve abranger todos estes aspectos e não apenas pensar em produtos inéditos.
Com o comércio internacional crescendo a níveis elevados, com as aberturas comerciais fazendo com que um industrial ou comerciante já não tenha apenas as empresas de seu país como concorrentes, mas tendo que disputar mercado, mesmo o interno, com empresas localizadas em qualquer parte do mundo, a competição tornou-se extremamente acirrada e as antigas práticas de marketing já não funcionam com a mesma eficiência de outros tempos. Empresas que se globalizaram mais cedo, que entenderam o mercado internacional com mais rapidez, atingiram níveis de eficácia muito mais elevados que aquelas que se restringiram ao seu pequeno mundo, enclausuradas em práticas tradicionais.
Assim, muitas empresas brasileiras, tendo como horizonte máximo os limites territoriais do país, se viram obrigadas a competir com empresas de países que investiram pesado em suas indústrias, em seus recursos humanos e, principalmente, em inovações, seja de produtos, de processos ou de práticas comerciais.
Mas como as empresas poderão entrar em um ciclo de inovações continuas, gerando novidades para os clientes? A criação de uma cultura inovadora nas empresas não é um simples girar de botão. É todo um processo de aculturação que, em semelhança com os processos de qualidade, requer que se comece pela direção, permeando todos os setores da empresa. Também não basta, como muita gente pensa, criar um “núcleo de inovação”, com algumas pessoas muito inventivas, que criam mil e uma coisas, mas que se isolam dos demais departamentos.
Uma empresa que deseje implantar uma cultura de inovação deve, em primeiro lugar, passar por um intenso processo de abertura, com o rompimento de barreiras entre departamentos, onde todos possam compartilhar idéias, sem barreiras que dificultem o livre fluxo de informações. Nenhuma idéia deve ser considerada absurda e objeto de risos ou menosprezo. Pelo contrário, deve-se estimular a todos que tenham o maior número de idéias, que as exponham com seriedade e com confiança. Logicamente que depois deve haver uma triagem, um estudo de viabilidade, um aprofundamento da idéia para, então, dar prosseguimento ou não à sua implantação. A partir daí, um intenso treinamento, da diretoria e de todos os funcionários em técnicas de criatividade, irá abrindo as mentes e, gradativamente, a inovação irá difundindo entre todos e se incutindo por inteiro na empresa.
Outro ponto que muitos alegam para não deflagrar processos inovadores mais ousados é a falta de capital de giro para aplicar em pesquisa e desenvolvimento. Embora o Brasil aplique muito pouco em ciência e tecnologia, base para inovações de maior porte, existem linhas de crédito muito favoráveis para que as empresas privadas possam desenvolver projetos de novos produtos ou processos. Dependendo do porte da empresa, existem até mesmo linhas a fundo perdido, como aporte de dinheiro oriundo de agências de pesquisa e desenvolvimento para pesquisas conjuntas com universidades e institutos de pesquisa.
É urgente e indispensável que as empresas nacionais, mesmo as pequenas e médias, se engajem em processos de inovação, dinamizando seu setor de criação de novos produtos, processos ou simplesmente métodos de abordagem comercial e de relacionamento com clientes, diferenciando-se da concorrência, inclusive da concorrência internacional, e aumentando a competitividade em um mercado que se mostra cada mais disputado.

Por Solon Cordeiro de Araujo (Professor de Marketing da Fundação Getúlio Vargas. Instrutor de Marketing dos cursos da Thompson Management Horizons. Instrutor dos cursos de Agronegócios da Thompson Agronegócios. Sócio Diretor da SCA Consultoria e Treinamento S.C. Ltda.. E-mail: solon@tmh.com.br)

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Internet é novamente a mídia que mais cresce


Em comparação com os cinco primeiros meses de 2008, a internet foi o destaque da mais recente pesquisa do Projeto Inter-Meios ao crescer 23,85% no faturamento. Se no ramo digital a notícia boa, para os impressos ela é mais desanimadora. Juntos, jornais e revistas caíram 16%, 9,48% e 7,37%, respectivamente.
O faturamento total da mídia com propaganda teve alta tímida de 1,72% e atingiu R$ 7,824 bilhões. A retração foi registrada em maio, momento em que o mercado encolheu 1,15%. Com o aumento no meio online, a internet repete o sucesso de últimos anos e novamente é a mídia que mais cresce. O meio atingiu R$ 309 milhões nos cinco primeiros meses deste ano. Mesmo com o resultado, a participação da web no bolo publicitário é de 3,95%.
Com 13,18%, mídia exterior foi o segundo segmento na lista dos que mais cresceram, o que totalizou R$ 248 milhões e participação de 3,17%. A TV por assinatura cresceu 6,39% em relação ao período de 2008 e alcançou R$ 256 milhões, com fatia de 3,27% do bolo total. Cinema também obteve melhora: subiu 5,91% e faturou R$ 26,7 milhões e share de 0,34%. Rádio teve alta de 4,96%, com um total de R$ 355 milhões e share de 4,54%, enquanto a TV aberta cresceu 4,64% e atingiu 4,7 bilhões, com share de 60,11%.
Pior que 2008
Para os veículos impressos, o resultado é mais amargo. Conforme já citado, jornais perderam faturamento e o montante caiu para R$ 1,2 bilhão, sendo que a participação no bolo passou para 15,76%. As revistas despencaram e chegaram a R$ 555 milhões e participação de 7,09%.
O segmento de Guias e listas decaiu 15,32% e baixou faturamento para R$ 139 milhões, participação de apenas 1,77%.
As informações são do MM Online.


quinta-feira, 30 de julho de 2009

E-book de otimização de sites em 40 idiomas

Pessoal,

o google disponibiliza um e-book de iniciação em SEO em 40 idiomas. Basta clicar no link abaixo:

http://googlewebmastercentral.blogspot.com/2008/11/googles-seo-starter-guide.html

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Como as pessoas compartilham conteúdo na web

Confira, abaixo, o chart que mostra quais são os serviços e as redes sociais que os usuários de web preferem para compartilhar conteúdo.


As informações foram divulgadas no Silicon Alley Insider a partir do levantamento realizado pela empresa AddToAny.

Fonte: http://hsm.updateordie.com/hsm.updateordie.com/internet/2009/07/como-as-pessoas-compartilham-conteudo-na-web/

terça-feira, 28 de julho de 2009

Networking em redes sociais


É estar antenado às novidades e às tendências de mercado para se atualizar ao que acontece e fazer novos contatos. Antes da revolução da internet, os únicos meios de fazer esse relacionamento eram por meio de visitas, almoços, cartas e feiras de negócios, métodos necessários ainda hoje, mas que demandam muito tempo e nem sempre são viáveis.

Os meios de comunicação eletrônicos revolucionaram o modo com que as pessoas se relacionam e constroem suas listas de contatos. Hoje muitos profissionais e executivos aderem às novas redes sociais online graças à facilidade do uso, a rapidez e à instantaneidade. Por esses motivos, ferramentas como o Twitter e o LinkedIn, por exemplo, deram certo e hoje fazem tanto sucesso.

Para a conquista de uma oportunidade de emprego, nada melhor mesmo que um bom networking. O microblog Twitter é cada vez mais utilizado para este fim. Portais de recrutamento agora o utilizam para divulgação de vagas e os seguidores economizam tempo, pois as recebem em sua página principal em tempo real. Já o LinkedIn é utilizado exclusivamente para fins profissionais e tem a finalidade de permitir a troca de experiências, a atualização dos acontecimentos do mercado e a interação sobre novas práticas de empresas.

Além disso, uma novidade que, pouco a pouco, toma conta do mercado são as redes colaborativas, que conectam o empregador aos candidatos que estão em busca de uma oportunidade de emprego. Há alguns anos as empresas eram acostumadas a receber pilhas de currículos e demoravam muito tempo para filtrá-los. Hoje as ferramentas da internet e do computador fazem isso em segundos. É muita facilidade e possibilidade de integração.

Esses são apenas alguns exemplos das muitas possibilidades de interação. O que mudou com a ascensão da internet foi que ela trouxe uma maneira muito mais rápida, prática e assertiva de realizar contatos. Basicamente, o acesso a informação se tornou muito mais democrático. Mas é importante ressaltar que não podemos esquecer-nos completamente do contato pessoal e que a internet e qualquer outra ferramenta de comunicação deve ser usada como um facilitador para esse tipo de contato e não como um substituto.

Se utilizados corretamente, os meios de comunicação online e as redes sociais podem ser ótimas ferramentas de apoio ao profissional para conquistar espaço no mercado de trabalho, por meio de outras pessoas que já estão lá, além de divulgar o seu potencial e as competências a quem precisa saber da sua existência. Tenha bom senso e aproveite o que a internet oferece ao seu favor.

Fonte: http://www.administradores.com.br/noticias/networking_em_redes_sociais_voce_acompanha_essa_tendencia/24836/

Desafios para a internet


Somos já nesta metade do ano de 2009 mais de 64 milhões de internautas brasileiros, segundo o Nielsen Online e ComScore, confirmando a dimensão dos 68,5 milhões de internautas estimados pelo IAB Brasil até o final do ano. Mesmo sem contabilizar as crianças e adolescentes até 15 anos, são números que oficialmente nos dão uma dimensão segura e concreta do meio nos colocando na quinta posição do ranking mundial só atrás de China, Estados Unidos, Japão e Índia (Internet World Stats).
Logicamente esses números absolutos correspondem a pouco mais de um terço da nossa população, fração que pode ter um duplo sentido, seguindo a visão popular do copo meio vazio ou meio cheio.

Mas em ambas se desenha um cenário positivo, pois o vazio pode corresponder a um potencial de audiência que deve ser preenchido a curto e médio prazo e o cheio já é uma realidade, capaz de gerar resultados efetivos em comunicação e publicidade, seja individualmente ou no conjunto com outros meios.

Retratada nesse sentido através de estudos como TGI ou EGM da Ipsos, a internet já é maior do que os meios seletivos como TV paga ou revistas e vai se aproximando aos poucos dos níveis alcançados pelos meios eletrônicos.

Mas quais fenômenos se movimentam por trás desta evolução, desafiando o conhecimento e atuação dos profissionais de pesquisa, publicidade e de marketing daqui para frente?

O primeiro entendimento consiste em saber quem é de fato este nosso internauta brasileiro que fica na frente do computador 25 horas por mês, mais do que qualquer outro no resto do planeta. É amplamente comentada a participação cada vez maior das classes C e D, promovendo finalmente a internet à categoria de meio de massa.

No entanto, um olhar mais atento e as próprias pesquisas nos apontam também a entrada de outros segmentos, remodelando sensivelmente a cara da nossa audiência. Sem esquecer as crianças e os jovens que se conectam cada vez mais cedo – parecem que já nascem digitando – públicos antes ausentes como as mulheres donas de casa e os adultos mais maduros estão alterando o perfil do meio, não só do ponto de vista demográfico, mas a partir dos seus diversos níveis de afinidade com a própria tecnologia.

Um público cada vez mais distante daquela primeira leva de internautas que se diferenciava tão radicalmente das pessoas comuns.

Mas é justamente contemplando este público, agora tão mais próximo da nossa própria população, que devemos compreender outros fenômenos do nosso tempo como o Multitask, a tão celebrada necessidade de produzir e realizar milhares de atividades ao mesmo tempo ou a convergência dos meios, termo que resume, mas ainda não consegue explicar ao certo, toda essa profusão, interação e migração dos meios para as mais diversas formas de comunicação atual.

E neste nível se configura urgente outro estágio de discussão – a do CrossMedia – nos transportando, por sua vez, para os mais diversos cenários de estudo, mesmo porque se trata de uma tendência multifacetada e dinâmica, por onde todas as experiências de mercado tangenciam de alguma forma.

É bom lembrar que um dos conceitos mais usuais de CrossMedia não nasceu propriamente na era tecnológica, pois os meios tradicionais sempre buscaram compreender tecnicamente a força das combinações de multimídia.

A chegada da internet instiga ainda mais este tipo de análise, com expectativas em torno do que significa a inclusão da internet em um plano de comunicação tradicional, seja nos resultados de audiência ou nos efeitos mercadológicos posteriores.

Já outra faceta do CrossMedia destaca a convergência dos meios tradicionais para o ambiente online, onde continuam a crescer e complementar suas audiências. Forma-se um segundo patamar mais específico com igual importância para o acompanhamento das tendências.

O fluxo inverso nos remete a um terceiro ângulo de Cross Media, onde a internet rompe as suas próprias fronteiras iniciais, saindo da tela dos computadores para chegar às telas dos celulares, televisores etc..., instituindo cada vez mais a portabilidade e a mobilidade como os novos pilares da comunicação integrada.

Entender e relacionar todos estes pontos de contato adequadamente a cada foco mercadológico será o caminho mais efetivo para potencializar esta nova realidade.



Por Katsura Nakamura Eguti (gerente de pesquisa do Yahoo! Brasil)
Fonte: PropMark (www.propmark.com.br)

O Google poderia ter sido brasileiro


A história do Google começou em 1996, como resultado de um projeto de Larry Page para a Universidade de Stanford. Em 1999, (ainda um projeto e não uma empresa) recebeu investimentos de 25 milhões vindos do fundador da Sun Microsystems. Finalmente, em 4 de setembro de 2001, foi registrada a patente do sistema de busca que tornou-se um sucesso mundial.

Essa rápida introdução serve apenas para situar você, leitor, numa cronologia do início do Google, porque meu assunto aqui não é o Google-que você-conhece, mas sim o Google que poderia ter sido.

Há nove anos, a agência para a qual eu trabalhava foi contatada por uma start-up para cuidar da sua comunicação. Talvez você não se lembre, mas em 2000 ainda vivíamos a internet pré-estouro da bolha, (e o mundo pré-11 de setembro) e todo mundo envolvido com internet acreditava, mesmo, que poderia amanhecer milionário qualquer dia desses. Talvez hoje você ache graça nisso, mas acredite, aqueles eram os tempos. Tempos, inclusive, nos quais a patente do Google ainda não estava registrada e assegurada.

Pois bem, fomos procurados por esta start-up que tinha um projeto fantástico, baseado nos algoritmos criados por um programador brasileiro. O que eles pretendiam fazer, entre outras coisas, era uma incrível “indexação” da internet. Sim, no início nós achamos que os caras estavam completamente loucos. E depois de vermos tudo que eles tinham – e todo o dinheiro que estavam recebendo de investidores interessados em fazer aquilo acontecer – começamos a achar que nós estávamos mesmo loucos – por não estarmos naquele negócio!

Eles tinham um investidor bastante generoso, que os colocou num andar inteiro num dos prédios mais modernos da Vila Olímpia, com a conexão mais rápida do país àquela altura. Eles vieram até a agência e explicaram tudo – aliás, muito mais do que a gente conseguia entender – para que nós pudéssemos começara a criar a comunicação – o nome da empresa, a marca, o conceito geral. A primeira reunião durou várias horas, até porque, não era simples entender a extensão do que eles pretendiam. Depois dessa grande reunião inicial, começamos a trabalhar.

Alguns dias depois, recebemos outro telefonema do nosso cliente start-up: ele queria rever algumas coisas no briefing. Acontece, explicaram eles, que ali as coisas aconteciam muito, muito depressa. E nos últimos dias eles tinham decidido mudar o direcionamento das coisas para tornar ainda maiores as perspectivas da empresa. E lá fomos nós de novo, pegar o segundo briefing em duas semanas. Que mudava inclusive a definição de público-alvo e o mercado de atuação da empresa, tornando tudo ainda maior e mais rentável.

Muito bem, voltamos ao trabalho depois desta segunda reunião, que durou umas quatro horas. Uma semana depois, fomos apresentar nossas idéias. Antes mesmo que pudéssemos começar, eles já nos avisaram, de um modo ético e preocupado: “Olha, antes de ver o que vocês têm pra nós, já temos que avisar que mudou muita coisa desde que falamos. Vamos ver o trabalho de vocês, mas de qualquer modo, vamos precisar de muitos ajustes porque mudou quase tudo”.

Bem, acho que neste ponto você já adivinhou o que aconteceu depois: pelos próximos quatro meses nós criamos nomes, marcas, conceitos, folders e roteiros de filmes. Quinzenalmente, aprestávamos novas visões que deveriam traduzir a grandeza do que a empresa estava fazendo. Em cada uma das reuniões, conhecíamos novos planos, cada vez mais complexos e ambiciosos. Uma das últimas apresentações que fizemos aconteceu na sede da empresa, onde em seguida houve uma festa para comemorar o início do funcionamento da versão de teste da tecnologia na qual eles estavam trabalhando durante esses quatro meses.

Testes internos, apenas, nada para o mercado, ainda. Durante a festa, houve discursos animadíssimos dos diretores. O investidor não estava lá, mas mandou lembranças: mais precisamente, duas lembranças, sob a forma de automóveis zero quilômetro, um para o criador do software, outro para o diretor de marketing (eu avisei: aqueles eram os tempos!).

Para resumir: a tecnologia deles era, mesmo fantástica e me lembra até hoje muito do que o Google vem fazendo. Eles tinham isso nas mãos antes da patente do sistema do Google. Mas eles não conseguiram decidir por um plano de ação! Não conseguiram definir uma estratégia única. Não conseguiram fechar o foco e colocar algo no mercado. Se você se lembra do início do Google, ele era “apenas” um sistema de busca mais eficiente. Hoje, é também um sistema de mapas, planilhas, agenda e outros aplicativos excelentes baseados em informação na web. E essa foi exatamente a diferença.

Acredito que muito mais do que estar baseado no Brasil, enquanto o Google estava baseado em Stanford; foi a decisão de dar uma forma simples, “é um mecanismo de busca – melhor que os outros” que fez a diferença entre o Google que nós usamos hoje e o Google-que–poderia-ter-sido. Poderia ter sido brasileiro. Se tivesse havido foco, decisão. Simplificação. Se houvesse sido lançado, mesmo que ainda não fosse perfeito. Porque as pessoas iriam começar a usar. E ele passaria a existir.

Porque inovação é resultado, é face pública, é o que as pessoas vêem e usam. O Google deixou de ser um projeto da Universidade de Stanford e virou um produto e uma grande companhia porque se tornou, rapidamente, um produto inovador e melhor que os outros – e tudo isso aconteceu porque ele foi colocado na web – no mercado, por assim dizer.

O que aconteceu com a empresa start-up? Ela seguiu pesquisando e aperfeiçoando seu incrível produto por mais e mais meses. Eventualmente, ela aprovou um dos nomes e logotipos que criamos e imprimiu cartões de visita. Mas o tempo foi fatal: veio o estouro da bolha da internet. Os investidores encolheram. O capital de risco desapareceu. A falta de capital obrigou o desmantelamento da equipe e eliminou os investimentos destinados a divulgar a novidade. E no fim, o produto nunca foi lançado. Enquanto isso, em Stanford, Larry Page recebeu a patente do sistema Google. E o mundo das buscas on-line nunca mais foi o mesmo.



Por Paulo Ferreira (publicitário, escritor, roteirista, músico e compositor, atua como consultor especialista em Gestão Estratégica de Negócios. E-mail: paulo.ferreira@wasaby.com.br)
HSM Online

Fonte: http://br.hsmglobal.com/notas/53588-o-google-poderia-ter-sido-brasileiro